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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Quem é brega? Por Mayra Freire


Uma das primeiras coisas que me perguntam quando me apresento como consultora de imagem é: “Tal coisa é brega?” e lá vem a surpresa quando a resposta é: “Depende.”
Há muito tempo o conceito de brega se modificou. Antes algumas coisas eram tachadas de brega e pronto! Não havia maneira de dizer o contrário. Existia uma espécie de regra de ouro sobre a função de cada elemento visual, mas como já diz o conhecimento popular, regras são para serem quebradas.
Essas regras de vestimenta nos acompanham há séculos. Elas eram usadas principalmente para distinguir as pessoas de uma classe sócio-econômica. Os nobres se vestiam de uma maneira e os trabalhadores de outra, depois a nobreza tinha suas cores, a igreja outras, a burguesia sua opulência e os operários, roupas resistentes. A medida que o mundo foi se pluralizando, as regrinhas também.
Há algumas décadas, o modo de se vestir era responsável pela aceitação de uma pessoa em um certo grupo, como por exemplo os grunges, os hippies, os anarquistas, e de certa maneira isso perdura até hoje, mas de uma maneira muito mais flexível.
Se antes uma pessoa era uma coisa ou outra, hoje com a globalização e a internet que trouxe o acesso a milhares de tendências, conceitos e ideias, uma pessoa pode ser várias coisas na proporção que desejar. Estamos na era da personalização, onde adotar conceitos rígidos de um grupo e segui-lo cegamente parece mais falta de inteligência para fazer seu próprio julgamento do que necessidade social. Parece que avançamos um nível na escala evolutiva e hoje não devemos mais associar a vestimenta apenas ao grupo social, mas também como uma expressão individual de valores e interesses. Trocando em miúdos, o tempo de copiar o estilo de um grupo já passou. Chegou a hora de contribuir para uma maior riqueza social trazendo coisas diferentes, pensamentos inusitados e exclusivos. Só assim podemos construir algo novo e expandir nossa visão de mundo.
Então quando me perguntam se tal coisa é brega, eu respondo que depende para quem. Depende da personalidade, do estilo, do humor e do objetivo de cada pessoa.  Por isso combinar laranja e rosa é possível se sua personalidade permitir, mas por outro lado usar preto e azul marinho pode te apagar do mapa.  Por isso que algumas mulheres ficam lindas de batom vermelho paixão e outras se encolhem porque não suportam chamar tanta atenção.
Dica para não ficar brega? Não copie ninguém! Use coisas que você nunca viu alguém usar (talvez nunca tenham usado porque só fica bem em você), e crie um visual autêntico e interessante, afinal, se fosse para todo mundo ser igual, usaríamos uniformes.
Mayra Freire
Consultora de imagem na Mayra Freire Consultoria de Imagem, Graduada em Comunicação - Publicidade e Propaganda pela UMESP, Pós Graduada em Marketing no Insper/IBMEC, diversos cursos especializados, entre eles, Curso de Consultoria de Imagem da Dresscode International, Curso Personal Stylist da Escola São Paulo. Palestrante em vários eventos sociais, empresariais e do setor de beleza, também é colaboradora das Revistas Weekend, RG e Molde & Cia em matérias sobre tendências e moda.


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